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Democracia e liberdade é assim bem porreiro

Vejam se concordam comigo!

O 25 de abril é o nosso 4 de julho, com a salvaguarda que em vez de bandeiras usamos cravos, em vez do Bruce Springsteen temos o Zeca Afonso e, em vez de demonstrações extravagantes do capitalismo e do sonho americano, temos música de intervenção e (no caso do sítio onde vivo) bifanas providenciadas pela CDU.
É por isto o melhor feriado nacional.

Celebramos o nosso 45º aniversário, o que não só significa que estamos bem conservados para a idade que temos, como quer dizer que há 45 anos que as nossas liberdades individuais e coletivas são garantidas, bem como os nossos direitos à representatividade e ao voto. Talvez por isso nos sintamos tão desconectados com a importância destes valores.

Eu nunca tive de lutar pelo direito a votar, pela existência de partidos de diferentes ideologias tanto de esquerda como de direita, ou sequer pela paz no país ou no continente em que vivemos. Tenho plena noção que não é assim em todo o lado e sinto-me grata. Mas isso não quer dizer que não tenhamos que lutar noutras questões.

O direito ao voto só se traduz em representatividade quando o exercemos.

E por muito que beneficiemos, por exemplo, da liberdade de viajar pelos vários países do Espaço Schengen muitas vezes com fundos da União Europeia, nada nos garante que tal se continue a verificar daqui a várias décadas se não comunicarmos essa nossa vontade às pessoas que têm o dever de nos representar no Parlamento Europeu, e que temos a oportunidade de eleger no próximo dia 26 de maio.

Quem diz liberdade de circulação e Erasmus, diz combate às alterações climáticas ou ao desemprego jovem. Estas não são preocupações da geração que lutou pelo 25 de abril em 1974. São preocupações de uma geração que se importa com a manutenção de uma paz que não foi facilmente alcançada, e com a criação de um futuro sustentável.

Todos celebramos o 25 de abril. Fazemos posts nas nossas redes sociais com fotos do cravo que recebemos, contamos a história da nossa revolução aos nossos amigos estrangeiros que conhecemos em Erasmus ou na internet (e gabamo-nos de ser tão fixe), ou fazemos memes com cenas dos nossos políticos nacionais agora que já não temos o Contra Informação (as fake news originais que tinham piada e não ameaçavam a nossa democracia).

Fazemo-lo de formas diferentes, mas todos celebramos a liberdade e a democracia. E, quando elegemos um político e ele não implementa legislação que nos representa, temos a possibilidade de, com o voto, demiti-lo das suas funções. Isto é um mecanismo muito poderoso, um que nos garante que os políticos estão dependentes de quem vota neles.

Além disso, quando nos manifestamos livremente e nos mobilizamos como aconteceu com a última greve climática, mostramos que somos capazes de ter impacto na agenda dos nossos políticos! Resultou mesmo pessoal!

Agora imaginem só o que seríamos capazes de mudar se todos e cada um de nós votasse nestas eleições europeias. If you give a sh*t, #giveavote.